Bom dia! Olá,
como vai? Bom dia! Oi! Tudo bem? Tudo azul.
Onde quer que eu olhe. Pela manhã, as ruas de Laranjeiras se enchem de crianças
a caminho da escola. Umas a pé, outras de carrinho, algumas na cadeirinha da
bicicleta. Alguém disse certa vez que começar o dia topando com uma criança é
bom sinal. Que dirá com várias?! Mas o que tem me deixado enternecida é perceber quem as acompanha. As vozes que me cumprimentam são
graves e o tamanho dos sorrisos denuncia o orgulho de ser pai.
Foi noutro dia que me dei conta disso. Encontro muito mais
pais do que mães quando deixo meu filho na escola. Constatação sem o menor tom
de crítica. Gosto de ver o jeito com que eles lidam com a situação. Têm uma
delicadeza arbitrária, diferente daquela que se espera das mães. No meu trajeto,
o trecho da Paissandu é o mais fértil.
Rua de palmeiras imperiais que liga Laranjeiras à Praia do
Flamengo, a tradicional Paissandu tem um nome de origem controversa. Das versões
que li, nenhuma me parece tão interessante quanto a que ouvi da boca de um
menino. Vinha no colo do pai, que andava a passos largos, quase correndo, com a
bolsa tiracolo entupida e entreaberta. Uma toalha ameaçava cair. Sem outro meio
de ajudar, o pequeno anunciava: pai
passandu, pai passandu, paissandu, paissanduuuu!!! Definitivamente, Paissandu
é rua de pais passando. Dei licença.
A proliferação de “pães” tem atingido níveis surpreendentes
no Rio de Janeiro. Doce perspectiva. Que os índices permaneçam em alta! Por
isso, quando percebo o tamanho da paixão do meu filho pelo pai, engulo a seco o
ciúme que tenta se achegar. É preciso dar licença aos Pães de Açúcar.
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