sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo!!!


Desejamos a todos um 2013 cheio de alegrias, descobertas e realizações!

L.Peralva, Livretos Coloridos, Tobias e Maroca

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Lobo de novo!

Coisa que criança curte é reprise. Como gostam de um repeteco! Lobo de novo! nasceu da narrativa cheia de entusiasmo da minha tia Ivana, contadora de histórias, sobre uma de suas experiências durante seu trabalho com as crianças. Valeu, titia! E parabéns pelo trabalho!

L.Peralva

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Quem gosta de rir, gosta de fazer rir!


Sou movida a risos e sorrisos. Não tem nada que me estimule mais do que uma boa gargalhada. Pode até ser que momentos tristes inspirem uma produção criativa incrível. Mas pra mim, sem dúvida alguma, o bom humor é sempre mais encorajador. Não preciso ir muito longe pra ilustrar isso. O melhor exemplo é meu cachorro.

Tenho uma pug há um ano e meio. Quando decidi que a adotaria, muitos me perguntaram:

- Mas por que essa raça? Por que não um labrador?!

Bom, a diferença de um pug pra um labrador me parecia um tanto óbvia.

- Porque um labrador não é um pug.

Às vezes, as pessoas com quem eu conversava me olhavam desconfiadas.

- Pug? Isso é raça de cachorro, é?

Tinha que explicar que é um cachorro gorducho zoiúdo que tem a cara preta e amassada. Essas informações normalmente bastavam. Daí vinha a pergunta que alguns me fazem até hoje:

- Santo Deus! Por que você escolheu esse cachorro? Ele é HORROROSO! (Quanta sutileza, não?)

Tenho a resposta na ponta da língua:

- Horroroso? É engraçadíssimo! Me dá vontade de rir só de olhar pra ele!

Pura verdade. Não foi à toa que dei a minha cadela o nome Maroca. Combina com ela, que me arranca risadas sem fazer força. Maroca me diverte e me inspira. Como tudo que é engraçado.

Rir é necessário. Todo mundo precisa, pelo menos de vez em quando. Então, como minha timidez não me permite ser uma humorista ao vivo e a cores, procuro fazer graça através dos meus textos. O desafio de produzir algo que possa mudar o estado de espírito de alguém é motivador. Fazer rir é bom demais!

Vivam os palhaços, as piadas e os pugs!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Quem precisa disso?



Não há nada mais inútil que o preconceito. Esta é uma narrativa não linear, que conta a história de um cara otimista.

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sábado, 10 de novembro de 2012

O avião


Palitos de dente, arroz e sal espalhados pela mesa. Dona Lourdes não sabia onde enfiar a cara.

– Luquinha, para com isso. Você já é um rapaz!

Mas o Luquinha fazia que nem era com ele. Virou avião. Saiu correndo de braços abertos pelo restaurante, sem se importar com os olhares incomodados em cima dele.

Foi um outro avião que o fez aterrissar. Ia pousar bem dentro da boca vermelha da moça bonita. Era amarelo e brilhante. A mão levou o doce lentamente até os lábios e a moça fechou os olhos pra deixá-lo entrar. A satisfação no rosto dela fez o Luquinha salivar. Que beleza... Vinte segundos de silêncio até os olhos dela se abrirem e encontrarem os dele. Ops! O avião maluco levantou voo de novo. Vrrruuumm! Só foi parar na mesa da Dona Lourdes.

– Meu filho, por favor, fica quieto um pouquinho! Não mata a mãe de vergonha! Quer comer alguma coisa pra se distrair?

O Luquinha arregalou os olhos e respondeu ligeiro:
– QUINDIM!!!

(Estudo em aquarela e lápis de cor)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Superpoderes


Costumava voar com os pássaros
Chamar o sol em dias nublados
Pular no mar sem medo
Dançar pra fazer graça
Pra fazer chuva
Tempo bom.

Puxava conversa com as flores
Se encantava com as cores
Enxergava bem maior
Tudo ampliado
Mais bonito
Simples.

Súbito perdeu os superpoderes
Nem sequer se apercebeu
A infância foi-se embora
Sem cerimônia
Ou despedida
Passou.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Página do caderno de uma aluna distraída

 
Às sete da noite estavam todos atentos à fala da professora. Era dia quente e a aula corria como de costume. A mestra, sem interromper o discurso, enrolou e prendeu os cabelos, deixando as pontas viradas para cima. Eheheh... Ficou engraçado. Meus olhos não conseguiram mais sair dali. No fim da aula, aquela imagem foi parar no papel. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Viagem


Estive numa terra de liberdade e tolerância,
Onde os contrastes convivem numa boa
E as fachadas parecem dançar.

Durante alguns dias, vivi num mar de bicicletas,
De ruas repletas de gente contente, com pressa,
Numa zona bem organizada.

Perdida em contemplação, quase não fotografei.
Naveguei por canais, degustei especialidades,
Provei um pouco de loucura.

Passeio colorido,
Viagem em todos os sentidos,
Banho de inspiração.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mágico!


Logo que chegaram, foram puxados pelo aroma irresistível da casa de chocolates mais próxima. Saborearam as delícias de olhos fechados, cheios de hummms. Flutuaram pela praça mais bonita do mundo e aterrissaram numa taverna para matar a sede. Paraíso de cervejas. Não é a toa que o símbolo da cidade é um menino que não para de fazer xixi! Com tanta cerveja gostosa, a bexiga enche rapidinho!

Afastaram-se um pouco do centro e, num mesmo dia, foram microscópicos e gigantes. Entraram num átomo e passearam pela Europa como King Kongs. Viajaram pela história das histórias em quadrinhos e viraram criança outra vez. É ou não é um lugar mágico?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A cidade do urso


Noite do dia seguinte, após longa viagem, cidade incrível aquela. Jovens, e quantos (!), perambulam em grupos. Letreiros em neon excitam, convidam, transformam a atmosfera, que de dia não é menos atraente.

Espaços reinventados. Mosaicos de construções históricas, ao lado de audaciosas formas da arquitetura moderna, contam parte do que se passou. Cicatrizes em exposição mantêm frescos os tempos difíceis na memória de toda gente.

E quem disse que a cidade é cinza? É verde! Muito verde! Que terapia caminhar por aquelas ruas e parques até o cansaço chegar!

Depois de cinco dias frios de muito sol, a cidade se despede com nuvens no céu. Um abraço apertado. Abraço de urso.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Geração Z

Às vezes parece que as crianças de hoje já nasceram sabendo mexer em tudo que é aparelho eletrônico. Computador, celular, video game, tablet... Nada disso é mistério para elas. Um dia vi Miguelito ligando o ipad da mamãe Zabel cheio de convicção. Achei o máximo! E quando minha afilhada Elisa descobriu o zoom do celular da tia Aline?? Sem comentários! Tive que fazer essa HQ.

L.Peralva


domingo, 26 de agosto de 2012

Fubaca



Fubaca é craque no futebol e perna de pau no dever de casa. Só pensa em jogar bola.

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domingo, 29 de julho de 2012

Efeito Maroca

Não há quem resista ao olhar da Maroca... :)

Tobias

Artista promissor

Era uma vez uma menininha liiiinda de olhos amendoados e cara de sapeca chamada Tamires. Quando a conheci, foi paixão à primeira vista. Bricamos muito juntas. De desenhar, de fazer boneco de massinha... Ai... quanta saudade. Ela aprontava muito também. Sempre foi uma artista e tudo para ela servia de tela: parede, mesa, poltona... :D Hoje essa minha sobrinha já tem 20 aninhos e continua exercitando seu lado artístico. É isso aí, Tatá! Vamos fazer arte!

L.Peralva




terça-feira, 24 de julho de 2012

Johnny, be good next time...


Ajoelhado diante da guitarra moribunda, João, ateu de carteirinha, pede a Deus que ajude a sua companheira. Ele sabe que exagerou. Sabe que guitarra não é feita pra golpear o chão e as coisas. Será que ela sobrevive?

A guitarra chora suavemente: "Eu não sei porque... ninguém te contou... ninguém te alertou...". Mas não adianta. João não fez por querer. É um destruidor nato. Tem a cabeça tão complexa quanto o Rock. Por mais que ele tente, e tente, e tente, e tente... Não consegue nenhuma satisfação!

A mãe observa a cena. Bate o pé e balança a cabeça em sinal de desaprovação. Agora, Júnior, comporte-se!


(Estudo em pontilhismo com esferográfica e colagem)

domingo, 22 de julho de 2012

Presente pra Cecília



No seu aniversário, Cecília ganhou um presente diferente. Parecia que tinham pregado uma peça nela.

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

O dono da paisagem


Morava no azul.
Tinha casa, barco e só.
Saia pra pescar,
Conversava com o barco,
Seu companheiro,
Como as árvores.

Estava satisfeito.
Acordava,
Cheiro de terra.
Dormia,
Som do silêncio.

Um dia, um reflexo.
Não, não.
Outro barco!
Recuou, alerta.
O moço disse olá.
Ele não respondeu.
Desejou que fosse embora.
O moço foi,
Mas levou sua paz com ele.

O pescador, angustiado,
Sentou de frente pro rio.
Olhou o barco.
Respirou fundo.
OLÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!
... LÁ! ... LÁ! ... LÁ! ...
OLÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!
... LÁ! ... LÁ! ... LÁ! ...
OLÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!
... LÁ! ... LÁ!... LÁ!...
Silêncio.

Entrou no barco.
Remou decidido.
Sumiu no horizonte,
Em busca do desconhecido.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Só testando...


Estudo de personagem, pra mim, é um rico exercício. Testo paciência, persistência, criatividade e, sobretudo, desapego. Não é porque A-MEI o primeiro resultado, que os próximos não podem ser muito, muito mais legais! :D

sábado, 30 de junho de 2012

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Poderoso Tobias

Tem criança que tira os pais do sério de tanta desobediência. Não adianta conversar, brigar, berrar nem espernear. Quanto mais alterado o adulto fica, mais pirraça a criança faz. Daí só outra criança pode resolver o problema. Sim! É incrível como funciona! Poderoso Tobias é inspirada nos meus sobrinhos Mateus e Henrique.

L.Peralva

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Viúva Zilda



A viúva Zilda é uma senhorinha cheia de disposição. Está sempre buscando novas aventuras.

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terça-feira, 19 de junho de 2012

Durma com um hóspede desse!


Seu Tonico está em apuros.
Sua cobra fugiu de casa.
Bastou piscar e pluft! Cadê?
Parece até que criou asa!

O casal que mora embaixo
Ficou histérico quando viu.
Tem uma cobra ali no teto!
De onde foi que ela saiu?

Será que veio de elevador?
Ou subiu mesmo de escada?
Mas até o décimo quinto?
Ninguém mata essa charada!
 
Seu Tonico não diz nada.
Finge que nem é com ele,
Pois não tem autorização
Pra criar um bicho daquele.
 
Enquanto o caso não se resolve
A cobra dorme no quarto do casal.
Que mudou pro sofá da sala,
Temendo um ataque do animal.
 
Dizem por aí que não é perigosa,
Pois não tem veneno, a danada.
Mas quem consegue dormir
Debaixo da cobra pendurada?

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Presente especial

Que barato os desenhos das crianças inspirados no texto do meu livro Tatu Bolado! Esse é um retorno e tanto! :D Foi um belo presente que ganhei da amiga Tânia Barroso, que leu a história para as crianças no Espaço Logos de Cidadania Consciente. Amei, Tânia! Muito obrigada!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Pretérito imperfeito


O sonho de muita moça solteira é se casar. Igreja enfeitada, festança, bolo, tudo que tem direito. A partir daí, o resto se arranja: a família, os filhos, a rotina. Mas nem todas as histórias que começam com um casório têm final feliz.

Sofia era uma moça trabalhadeira. Tinha pouco estudo e vinha de família pobre. Ajudava o pai no boteco, servindo aos clientes cachaça e coxinha fria.

Então um príncipe apareceu e arrancou a moça daquela vida miserável. – Miserável, acorda! Tá dormindo de olho aberto, é? Vá servir uma coxinha para o Serafim. – e ela ia.

Eram uma agonia os dias daquela moça. De que jeito ela encontraria seu príncipe? O pai achava que a idade de casar já tinha passado. Oferecia a filha aos clientes, mas ninguém a queria.

Quando chegou o convite para a festa da amiga Dinorá, ela mal pôde conter a excitação. Passou o dia cheia de sorrisos e assobios. À noite colocou seu melhor vestido, fez um penteado e se pintou. Três dias mais tarde os pais receberam notícias suas. A carta comunicava que estava casada e feliz, mas endereço não dizia.

O príncipe era diplomata. Na festa contara meia dúzia de causos de suas viagens pelo mundo e Sofia se apaixonou. Depois da segunda taça de vinho, ela o pediu em casamento. Os dois foram da festa para o cartório, do cartório para a casa dele e, de lá, para o aeroporto. Ele partiu para a Europa sem data de volta. Viagem a trabalho.

A moça voltou resignada para a casa que agora também era sua e esperou. Uma semana, um mês, um ano. Na casa não havia mais o que arrumar ou limpar. A força e o entusiasmo de Sofia minguavam. Teria ele se esquecido dela? Por que não escrevia? Por onde andaria?

Após dois anos, cinco meses e sete dias o príncipe retornou. Ele perguntou pela janta, beijando-a na testa. Com um sorriso no rosto, ela baixou a cabeça e foi para cozinha preparar a comida. Serviria um belo prato ao seu amado e conquistaria seu estômago e seu coração de uma vez por todas. Aquela seria a primeira refeição que faria com ela. Também a mais importante, pois seria a última em vida. Eles continuariam juntos por toda a eternidade. E Sofia jamais sofreria novamente.

(Estudo em nanquim e colagem digital)

terça-feira, 29 de maio de 2012

O castigo

Quem nunca ficou de castigo? Uma semana sem sair pra brincar, deixar de comer certas coisas, sentar virado para a parede... Mas tem castigo tão esquisito que chega a ser engraçado! Um dia desses, o Luiz Guilherme, um cara cheio de "causos" pra contar, falando sobre um castigo que o pai aplicou na irmã uma vez, conseguiu me arrancar umas boas risadas. O castigo é uma adaptação dessa história, que mais me pareceu uma piada. :)

L. Peralva


domingo, 27 de maio de 2012

Multado!



Guardinha e motorista nem sempre se entendem. Principalmente quando tem multa na jogada.

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ouvidos sensíveis

Uma vez conheci um casal que tinha acabado de ter neném e recebia as visitas com mil recomendações, aos sussurros, pra proteger os ouvidos da criança. As pessoas ficavam sem jeito. Era um bebê superprotegido. Contra barulho, sujeira, não podia isso, não podia aquilo... O problema é que nem mesmo os pais aguentam essa rotina de restrições por muito tempo. Hoje a criança lambe o chão e os pais acham engraçadinho! :D

L. Peralva





segunda-feira, 16 de abril de 2012

Saudades...


Casa vazia, silêncio,
Violão mudo,
Nada de passo, nem palma.

Café sem companhia,
Sem música,
Engulo o pão e as palavras.

Volta logo.

(Nada como ter um cãozinho fofo pra abraçar em dias de solidão...)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Chocolate meio amargo



A Lili é doida por chocolates. O Tonico também. Será que eles costumam dividir essas delícias?

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Notícias minhas


Ah... sol...  Há quanto tempo, não é, velho amigo? Mas, ó, a culpa do meu sumiço é do tempo, viu? Fala com ele. Cara estranho, esse. Um dia me consola como ninguém, parceirão, outro dia fica de pirraça comigo e me mancha o rosto de forma irreversível. Será que foi pra eu me lembrar sempre dele? Ou pra me afastar de você? Logo eu, que abuso do filtro solar! Injusto! Hormônios traíras... Tem nada não. Qualquer dia eu apareço. Com a velha barraca, boné e filtro. Mande lembranças ao mar... Estou BRANCA de saudade!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Desculpa esfarrapada

É engraçado reparar nas desculpas que inventamos para recusar alguns convites. Seja para não magoar quem convidou ou para evitar que insista, não importa. Em vez de dizermos o motivo real da recusa, que normalmente é um simples "não tô a fim", teimamos em apelar para uma desculpa. Só que com criança isso não costuma funcionar. Se um elefante incomoda muita gente, uma criança, querendo e pedindo qualquer coisa, pode incomodar muito, muito mais. Além disso, não é qualquer desculpa que cola com elas. Dedico essa historinha ao meu pai, que jamais dorme vendo um jogo na TV. :D

L.Peralva


quinta-feira, 8 de março de 2012

Tamboril fêmea

Nas profundezas do meu mar, sou uma criatura horrenda. Por mais que me considerem carne saborosa, não consigo ver além do rótulo que um dia ganhei: a lagosta dos homens pobres. A verdade é que sou muito mais sapo do que peixe. Tóxica e dúbia. Empenho-me desde a infância na minha própria extinção.

Por uma questão de probabilidade, nasci fêmea. Enquanto meus irmãos, pequeninos, nadavam ávidos e soltos por aí, puseram-me numa bolha, apesar do meu tamanho avantajado.

Nadar numa bolha é estrebuchar no espaço. Não se chega a canto algum por mais força que se faça. Sendo assim, meu nado carecia de suporte e direção. Nada, nada e nada. Nada de riscos ou sustos.

Aprendi com rapidez a me transportar para outros lugares, situações mais interessantes que a minha. Imaginava cenas inteiras, inventava histórias. Os livros eram bons aliados nessas viagens. A maior parte do meu corpo passou a ser a cabeça.

Essas fugas também usei para me livrar do mal. Visitava uma tia com frequência. Sapa gorda de riso estridente. Meus primos saltitavam ao me ver e a brincadeira esticava até altas horas. Aí, quem vinha brincar comigo era o tio sapo com sua língua pegajosa. Hora de fugir.

Só denuncio as travessuras desse tio na velhice, num ataque súbito de claustrofobia, quando estouro minha bolha e faço chover. Uma chuva de oh!, mas como?, que absurdo!, mas por que só agora?, para que contar agora?

Os sapos são extremamente indigestos e há uma quantidade máxima passível de ser engolida. Quando o estômago chega à superlotação, eles pulam garganta afora, machucando, sem dó, quem tiver que machucar. Fica um amargor na boca.

Por que só agora? Porque sou feia e má. O sabor de lagosta não passa de propaganda enganosa. Fraude. Peixe-sapo com veneno e dentes afiados. Por isso vivo nas profundezas. Sozinha, no escuro.

terça-feira, 6 de março de 2012

Desenhe a sua mãe


A menina recebe da professora a folha com o enunciado do trabalho: "Desenhe a sua mãe". Ela pensa um pouco antes de começar a rabiscar. Mamãe... cuida, limpa, cozinha, lava, passa, estuda, trabalha... Ufa! Resolve desenhá-la em todas as atividades. Mas, na intenção de facilitar-lhe a vida, no lugar dos pés, põe rodinhas!!

segunda-feira, 5 de março de 2012

O pezinho feio



Que difícil achar um par pro pé do José! Será que ele vai acabar essa história sozinho?

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

É carnaval...


Por mais que eu tente (eu juro que eu tento!), não consigo gostar de carnaval. E, morando no Rio, não tem como fugir... Pelo menos não sem pegar um baita engarrafamento...O jeito é tentar abstrair o barulho e a confusão e correr atrás de programas alternativos. Ano passado fui à expo do Escher no CCBB. Foi simplesmente demais. Este ano repetirei a dose certamente. Tarsila que me aguarde! :D

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Final feliz?


Nesse fim de semana, a história dos Sapatinhos Vermelhos de Hans Christian Andersen gerou uma discussão interessante entre amigos sobre Literatura Infantil. Será que as histórias para crianças têm sempre que ter final feliz? Será que finais trágicos fortes são apropriados? Não chegamos a conclusão nenhuma. :D Cada um tem a sua opinião. Mas foi uma deliciosa troca de ideias.

Olha só esse final:

Por fim, exausta, a menina procurou o carrasco de uma aldeia, e lhe implorou que cortasse os sapatos. O carrasco tentou, mas não conseguiu. Desesperada, a menina disse "então corte-me os pés, não posso viver dançando".

O carrasco, penalizado e implorando perdão a ela e a Deus, cortou seus pés, com lágrimas nos olhos. E os seus pés, com sapatinhos vermelhos e tudo, continuaram dançando, dançando, dançando, pelo mundo afora.

Agora, a menina era uma pobre aleijada e teve que aprender a viver dessa maneira. Sem sapatos vermelhos, e trabalhando como criada.

:0

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A franja do Seu Juca

Às vezes nós, adultos, pregamos peças nas crianças para ver sua reação, se estão atentas e se vão questionar o que falamos (o que é muito saudável). Achei uma graça quando soube da peça que o o pai da Luana pregou nela e fiz uma adaptação em A franja do Seu Juca. Essa HQ é para a Luana, a Larissa (meninas espertíssimas) e seus pais, Felipe e Val, amigos queridos.

L.Peralva

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Maroca não pára, não pára, não!

É assim que a Maroca me recebe todos os dias quando chego da escola. É tanta lambida que a minha cara fica toda babada. Ela lambe até o meu cabelo! :D

Tobias 

Tatu bolado



O Horácio é um tatuzinho muito esperto que está com um problemão, coitado... Será que ele vai conseguir a resposta que procura?

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Medo de avião?


Medo de avião?
surgiu de uma conversa com o avô do Henrique, o Seu Fraga, sobre a lógica das crianças e como sua percepção é interessante. Depois que ele me contou que o Henrique tinha medo de avião e o porquê desse medo, a história ficou na minha cabeça e não pude deixar de ilustrá-la. Esta adaptação dedico ao Seu Fraga e ao meu sobrinho Henrique, uma fonte inesgotável de boas histórias.

L.Peralva

O chefe bonzinho



(Estudo em pintura e colagem digital)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A descoberta de Ana




Ana Lúcia é uma moça cheia de cores que vivia uma rotina preta e branca. No seu trabalho não havia inovação nem paixão, apenas documentos prontos e frios. Opção dela mesma, que cansou de trabalhar feito desesperada, mas estar sempre na corda-bamba. O emprego atual pagava muito bem, era seguro, e ela o conquistou com muito esforço.   

Ana Lúcia se sentia presa ao trabalho. Presa e castrada. Sua criatividade não era necessária por lá. Sentiu medo no início. Quis gritar, jogar tudo pro alto... Mas como? Tentou se adaptar. Beirou a depressão. Depois esqueceu. Começou a se tornar apenas mais uma engrenagem. Começou a perder as cores. Até que ficou cinza.

Um dia Ana Lúcia adoeceu. Estava vazia. Não conseguia perceber do que sentia falta. Afinal, todos diziam que ela tinha tudo que uma moça poderia querer: bom emprego, boa casa, bom marido... Então o quê? Procurou psicólogo, astrólogo, esteticista, dentista. Nenhum deles descobriu o porquê do vazio. A mãe disse logo: - É um filho que está faltando! – Mas Ana tinha certeza que não.

- O problema é o tempo livre. Não é muito, mas ele existe. – pensou. Ana Lúcia resolveu se ocupar totalmente para parar de pensar besteiras. Foi fazer natação. Tinha esquecido o quanto ela amava nadar. Deslizar na água. Ouvir seu barulhinho relaxante. Observar, no fundo da piscina, a sua própria sombra em movimento. O azul e o verde, então, voltaram para ela.

Ana Lúcia retomou as aulas de piano. Como pôde não se dar conta do quanto precisava de música! As partituras, que ela via pela primeira vez, eram um estímulo, um exercício, um delicioso desafio. Junto com o piano, o púrpura voltou para Ana.

Só que ainda lhe faltava alguma coisa na vida. Ela sabia disso. Partiu para pesquisa. Pesquisou na internet, nos jornais, pesquisou seu interior. O que seria? Encontrou um curso de Literatura. - Será? Não sei... – Depois de muito refletir, a moça decidiu se aventurar. Se era aquilo que faltava, não sabia. A única certeza que tinha era que gostava de escrever.

O curso foi uma grande surpresa para Ana Lúcia. Mostrou a ela o quanto a Literatura é mágica e quanto ainda precisava aprender. Apresentou-lhe novos amigos. Mudou sua maneira de pensar. Deu-lhe novos horizontes. E asas. Completou seu arco-íris enfim.

Hoje, apenas uma parte da rotina de Ana Lúcia é preta e branca: seu trabalho ainda é o mesmo. Porém a Literatura a transformou. Ela agora é um camaleão. Um camaleão atrevido que se descola da malha em tons de cinza de Escher para respirar, mudar de cor, inventar em três dimensões. Depois volta, feliz e satisfeito, para fazer a sua parte na trama.


Ilustração: Répteis, litografia de M.C.Escher