sexta-feira, 24 de julho de 2020

Sofia e o dente de leite


"O avô de Sofia disse
que se não fosse arrancado
ficaria em cima do novo,
assim, meio encavalado.
Sem dente, o Vô se lembrou
da forma que achava certa:
amarrar na maçaneta,
e quando a porta fosse aberta...
o dente pulava longe!
Sofia tremeu todinha
e preferiu ela mesma
tentar laçar com uma linha."

Quando me apresentaram esse livro, vi que seria perfeito pra ler com o Gui, que começou a perder os dentinhos de leite há pouco tempo. Neste momento, um incisivo central da arcada superior está em contagem regressiva, "malemodente".

Então peguei emprestado "Sofia e o dente de leite", do Henrique Rodrigues, com ilustrações da Bruna Assis Brasil, editora Memória Visual, e lemos ontem. Uma pena que esteja esgotado. Vou ver se encontro na Estante Virtual.

O livro, todo em verso, fala das dúvidas de Sofia sobre o dente que está mole e doído. Ela sofre imaginando como e quando ele vai cair, a mãe e o melhor amigo tentam amenizar sua angústia, lembrando da fada do dente e das vantagens de ter um sorriso com janelinha.

Nas ilustrações, as colagens com fotografias de dentes adultos (e a falta deles) são bizarras e, ao mesmo tempo, engraçadíssimas.

Guilherme gargalhou ao se deparar com o buraco no sorrisão do amigo da Sofia. Tenho a impressão de que ele está torcendo pra ter um igual.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Lino


"Naquela manhã Lino acordou triste. Lua havia desaparecido da loja de brinquedos. Lua era uma coelhinha branca, com uma luz que acendia na barriga toda vez que ela dava risadas."

Já passava da hora de dormir, eu estava com sono, mas, se não rolar história, o tempo fecha. Tudo bem. Peguei um livro de texto curtinho. Lemos "Lino", escrito e ilustrado pelo André Neves, editora Paulinas, pela sétima ou oitava vez. Fazia tempo que não pegávamos.

De quando em quando preciso rearranjar nossa coleção de livros infantis pra enxergar as preciosidades que temos. "Lino" é um livro de poucas palavras, com imagens belíssimas, cheias de personalidade, cores, texturas. Verdadeiros presentes para os olhos no traço inconfundível do André Neves.

Os personagens Lino e Lua são brinquedos muito amigos que se separam por razão inevitável. Lino se entristece até conhecer Estrela, a menina alegre que traz de volta o brilho da Lua pra sua vida.

Por falar em amizade e saudade, feliz dia do amigo!

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Capitão-Cueca e O Homem-Cão


Gente, não costumo falar de livros infantis de autores estrangeiros porque acho que eles já são bem divulgados por aí, mas hoje preciso falar dessas duas coleções que têm grande valor porque fortalecem o vínculo do meu filhote com os livros e a leitura. "Capitão-Cueca" e "O Homem-Cão". Ambas de Dav Pilkey, nova edição em cores da Companhia das Letrinhas.

Não vou citar trechos das histórias desta vez porque não vale a pena. É um besteirol danado (e que criança não gosta disso?). Mas outro dia mostrei ao Gui que ia ter uma live com uma contadora de histórias na qual seria lido o novo livro do Homem-Cão. O número 6. Ele ficou animadíssimo. "Já saiu o novo?! Oba!" Então me perguntou se eu não podia ver se já tinha na livraria, pois ele preferia que lêssemos o livro juntos.

Já comprei o livro, claro, e estamos aguardando ansiosos sua chegada.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Adivinhe quem vem para assustar


"A Cuca contou que, uma noite, teve uma vontade danada de assustar menino. Pois foi.
Viu uma casa e, disfarçadamente, meteu a cara na janela. Lá dentro havia um garoto de olho vidrado numa caixa de onde saía uma luz colorida.
'É agora que faço ele pular de susto!', pensou a Cuca.
E deu um berro na janela.
O menino nem se virou. Levou o dedo indicador à boca:
- Ssshhh! - Fez, pedindo silêncio.
A Cuca não entendeu.
- Mas você não se assustou?
- Quer ficar quietinha, que eu tô assistindo televisão?"

Nós vemos tanta coisa horripilante por aí, que acabamos acostumados, anestesiados. Precisamos de estímulos cada vez mais fortes para que algo realmente nos espante.

"Adivinhe quem vem para assustar", do Maurício Veneza, ilustrado pelo Angelo Abu, editora Formato, fala sobre a frustração das lendas, que se apavoram e se arrepiam com as histórias do bicho-gente, "um ser poderoso que ameaça o mundo em que vive".

Livro divertido, mas que também dá uma boa chacoalhada no leitor e o põe pra pensar. Será que o saci, o curupira, a cuca, o boitatá estão com os dias contados?

As lendas do folclore brasileiro são um prato cheio pra mexer com o imaginário das crianças. E dos adultos também. Aqui em casa elas têm um fã e são muito respeitadas, sim, senhor! Cuidado com a cuca, que a cuca te pega!

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Leituras Peraltas: Rabiscos pra começar


Hoje a dica de leitura é em forma de vídeo!

Depois de muito planejar e ponderar, resolvi parar de me esconder e colocar a cara na janela. Ou melhor, no Youtube. Criei o canal Leituras Peraltas pra falar sobre meu tema predileto: Literatura. No caso, mais especificamente sobre a brasileira voltada para a infância.

Serão dez vídeos, publicados mensalmente, com a apresentação de um livro e uma arte ligada à história. Bateu curiosidade? Assista ao vídeo. Foi preparado com muito cuidado e carinho. Se achar legal, curta, compartilhe e se inscreva no canal. Vou amar dividir minhas experiências de Leituras Peraltas com vocês!

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Só um minutinho


"Porquinho, Porquinho, você já está de pé?
- Só um minutinho! Meu corpo não quer.
- Arrumou seu quarto, Porquinho? Mas que demora!
- Só um minutinho! Falta pouco agora."

Digo ao Gui que esse é o livro sobre a vida dele. "Só um minutinho", escrito e ilustrado pelo Ivan Zigg, publicado pela Nova Fronteira, mostra um diálogo bem comum entre pais e filhos. São repetições e mais repetições até o cumprimento das tarefas. O Porquinho, protagonista da história, é o mestre da embromação e meu filhote se diverte com a identificação que rola desde o início da leitura.

O livro é bem curtinho, rimado e todo em letra bastão. Perfeito para os pequenos que estão começando a ler sozinhos. As ilustrações do Ivan Zigg, bem coloridas, maluquetes e com detalhes que contam além do que está escrito, enriquecem a dinâmica da leitura.

Há apenas um porém, na opinião do Guilherme, sobre "Só um minutinho". Ele diz que acaba muito rápido e me faz prometer ler mais uma história. Olha aí o mestre da enrolação tentando alongar a conversa pra não dormir... Daí vão mais muitos minutinhos, mas tudo bem. Ganhamos os dois. Quando o assunto é leitura, a pressa não tem vez.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Drufs


"Família Suflê

Meu nome é Bijuéli Pristila, mas todos me chamam de Biju.

Um dos meus pais se chama Nic Suflê. Ele é estrangeiro. Ele nasceu em Fritemburgo e tem sotaque. Diz JOGOLÁD em vez de chocolate, GAFÉ em vez de café. Quando eu imito a fala dele, todo mundo cai na risada.

Meu pai tem um restaurante de comida fritemburguesa. Ele é um chefe de cozinha famoso, mas quem faz comida aqui em casa é o meu outro pai, o Croassan.

Quando eu crescer, quero ser chefe de cozinha. Já sei fritar ovo e enrolar brigadeiro. Outro dia, fiz um sorvete de fristache. Meu pai Nic experimentou, cuspiu e gritou: -EGA! O GUÊ VOZÊ BÔZ AGUÍ? ESDÁ COM GOSDO DE ZABONETE!"

Ontem a barriga doeu de tanto rir na nossa hora da leitura. Gui e eu tivemos vários ataques de gargalhada com os "Drufs", da Eva Furnari, publicado pela Editora Moderna. Essa última fala do Nic Suflê quase não saiu por causa das risadas. Adoramos os Drufs, "seres parecidos com a gente, só que menores".

A professora Rubi pede a seus alunos que façam fotos de suas famílias e escrevam sobre elas algumas "coisinhas", valendo inventar! A tarefa é realizada por 16 alunos cujos nomes já são uma piada.

As famílias descritas são totalmente diferentes umas das outras. Tem aluno com dois pais, com duas mães, famílias enormes, que incluem tias, tios, avós, a prima do interior, bichos de estimação, o namorado da mãe, a nova esposa do pai e os filhos dos novos relacionamentos... Tudo com ilustrações hilárias à base das fotografias de Natalia Alavarce, com os dedos pintados e ornados pela maravilhosa Eva Furnari.

O projeto gráfico, da Claudia Furnari, é outro ponto fortíssimo do livro. A disposição das fotos, desenhos, bilhetes, as letras dos alunos. Um trabalho redondo. Quem curte literatura infantil e não conhece Drufs, precisa conhecer.

Fiquei impressionada com nosso acesso de risos lendo esse livro. Com o meu, especificamente. Gui tem 6 anos. Passamos um bom tempo só rindo do nome "Grebs"! É... espero que essa bobeira gostosa nunca me largue.