segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Leituras Peraltas: Festejando com as lendas

Olá, pessoal! Hoje tem novo vídeo no canal Leituras Peraltas. É o segundo sobre folclore. Falo de um livro que Gui adora (escrito pelo trio Andrea Viviana Taubman, Marcelo Pellegrino e Thiago Taubman Costa), que foi a cereja do bolo de seis anos dele. Isso mesmo! Acessem: https://youtu.be/a_m21hdrhyI. Espero vocês lá!

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Marcelo, Marmelo, Martelo

Noutro dia Gui e eu lemos o “Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias” (Ed. Salamandra), da Ruth Rocha, ilustrado pelo Adalberto Cornavaca. Ele estranhou um pouco. “Mamãe, o desenho não era esse!”

A impressão dele foi a minha quando lemos a edição nova, que também temos, há algum tempo. Mesma editora, mas ilustrado pela Mariana Massarani. A ilustração não era aquela.

Acontece que esse livro me tocou demais quando eu tinha a idade do Gui. Meu irmão e eu éramos fãs do Marcelo, da Gabriela e do Caloca, protagonistas dos três contos do livro, com ilustrações só em laranja e preto. E quando isso acontece, é como ouvir uma versão de uma música que você ama. Não dá pra adaptar. Você quer o mais próximo possível da versão original. É lembrança com alta carga afetiva. Não há concorrência possível.

Mariana Massarani, sabiamente, fez ilustras totalmente diferentes na nova edição. Para novos leitores, ilustras que nada lembram o que era a edição anterior. Caso contrário, seria apenas o arremedo de algo insubstituível, que mexe com o imaginário de milhares de pessoas hoje. Ponto pra ela!

“Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias” era dos meus preferidos quando criança, acredito que do meu irmão caçula também. No início da faculdade de design, ousei fazer como projeto a programação visual de uma agenda, baseada nas ilustras desse livro. Está no meu portfólio.

A grandeza de um artista reside também na noção de seus limites. Eu (na maior parte das vezes) posso comprar a edição antiga de um livro na Estante Virtual e me emocionar lendo o volume, enquanto aprecio as ilustras, mas meu irmão caçula não está mais entre nós pra emitir suas opiniões, gargalhar com a história. Ele está nos meus pensamentos. E quando me deparo com algo que não era só meu, mas nosso, eu choro. Volto a ser criança, sem ele. E nada, ou qualquer nova edição, é capaz de reproduzir essa emoção.

Que a arte se propague e que os afetos se perpetuem!