quarta-feira, 27 de julho de 2016

Todo ouvidos!


Numa bela manhã de julho, levanto da cama guiada por mãozinhas convictas. Sentindo o ar frio do inverno, titubeio. – Vem, mamãe, vem! – O tom infalível atropela minha preguiça. Seguimos os dois para seu quarto. Lá ele se ocupa com brinquedos, independente de mim. Empurra, amassa, embaralha, encaixa, cria. Espírito absorvido. – Guilherme? – Inútil chamar. Tudo que consigo é um olhar abotoado por fração de segundo. Insinuo um movimento. – Não, mamãe, fica? – Ah, eu fico! Pego um livro na sua estante e começo uma leitura em voz alta.

Numa bela manhã de setembro, a velhinha levanta-se da cama, cafunga e... Nada. Continuo contando canários amarelos, gansos brancos, galinhas pintadas, gatos pretos, porcos barrigudos e vaca marrom. No meio da bicharada, ele para de brincar e me dá as costas. Sinto-me música de elevador. Pelo menos a colheita dos velhinhos é boa. Viro a página.

Numa bela manhã de março... Continuo? Sim. Agora eu quero saber o fim da história! Puxa daqui, estica dali, força de lá, mas Guilherme não se mexe. Vêm os velhinhos, a vaca marrom, os porcos barrigudos, os gatos pretos, as galinhas pintadas, os gansos brancos, os canários amarelos e vai embora meu fôlego. Ainda assim, não se mexe! A velhinha traz o rato e chego às últimas páginas.

POP! O nabo gigante sai do buraco. – Viva o ratinhooooo!!! – O grito de Guilherme me derruba da cadeira. Bichos, velhinhos, o livro e meu menino, todos em cima de mim. Caímos em deliciosa gargalhada. – “Quelo” mais! – Como não? Recomeço, releio. Repito diversas vezes, recompensada por ter abandonado tão cedo meu edredom para partilhar leitura, mesmo sem me dar conta disso.

sábado, 16 de julho de 2016

Lançamento do Miudezas no Poesia no Parque



Passeando por Ouro Preto e Mariana. Do Soneto à Aldravia. Sem pressa, em versos. Poesia no Parque com roteiro de Ninfa Parreiras e lançamento do Miudezas com a presença dos treze autores.