– Luquinha, para com isso. Você já é um rapaz!
Mas o Luquinha fazia que nem era com ele. Virou avião. Saiu correndo de braços abertos pelo restaurante, sem se importar com os olhares incomodados em cima dele.
Foi um outro avião que o fez aterrissar. Ia pousar bem dentro da boca vermelha da moça bonita. Era amarelo e brilhante. A mão levou o doce lentamente até os lábios e a moça fechou os olhos pra deixá-lo entrar. A satisfação no rosto dela fez o Luquinha salivar. Que beleza... Vinte segundos de silêncio até os olhos dela se abrirem e encontrarem os dele. Ops! O avião maluco levantou voo de novo. Vrrruuumm! Só foi parar na mesa da Dona Lourdes.
– Meu filho, por favor, fica quieto um pouquinho! Não mata a mãe de vergonha! Quer comer alguma coisa pra se distrair?
O Luquinha arregalou os olhos e respondeu ligeiro:
– QUINDIM!!!
(Estudo em aquarela e lápis de cor)
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