“Ao longe, o relógio de uma igreja começou a bater dez horas.
Devagar, rangendo as dobradiças enferrujadas, os grandes portões de ferro da fábrica começaram a se abrir.
A multidão silenciou de repente. As crianças pararam de correr de um lado para o outro. Todos os olhos se fixaram nos portões.
- La está ele! – alguém gritou. – É ele!
E era ele mesmo”
Então perguntei ao Gui:
- Ele quem, filho?
- Willy Wonka!!
Com o passar dos anos, vou tentando fazer leituras mais longas com meu pequeno. Aos oito anos, ele acompanha bem histórias maiores, lidas aos poucos. Dois ou três capítulos por noite.
Gosto muito desses dois livros do Roald Dahl, ilustrados pelo Quentin Blake: “A fantástica fábrica de chocolate” e “As bruxas”. Meus exemplares são edições antigas da Martins Fontes.
Tentei começar pelo segundo, mas não deu muito certo. Apesar de ser engraçado e intrigante, como o texto demora a engrenar, o Gui perdia o foco, dormia com facilidade (olha a dica!) e não conseguimos chegar juntos à parte mais dinâmica da história. Achei que, pelo fato de ser sobre bruxas e “saber reconhecê-las por aí”, seria um sucesso com o Gui, mas não rolou.
Acontece que o outro livro, “A fantástica fábrica de chocolate”, está sendo uma delícia de ler com ele. E não é porque a história engrena mais rápido. Demora também. O trunfo, nesse caso, é o filme. O Gui já deve ter visto umas cinco vezes e adora. Então ele acompanha, percebe as diferenças entre o livro e o filme, fica curioso, pede para ler mais do que o combinado para aquela noite...
Aí é que está: você sabia que existe um filme baseado no livro “As bruxas”? Eu soube recentemente. É de 2020. Chama-se “As bruxas de Roald Dahl”. Assisti ao trailer e aposto que o Gui vai gostar. Depois de ver esse filme, garanto que a leitura do livro será bem diferente. Terei que arranjar outro para ter “efeito sonífero”.
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