sexta-feira, 26 de junho de 2020

No meio do caminho tem uma porta


"Não aguento mais. Lá vem ela de novo. Aposto que vai falar a mesma coisa: 'Filho, abre essa porta! Quero te dar um beijo de boa noite!' Que coisa mais chata. Pra que tanto beijo? Ela pensa o quê? Que ainda sou um bebezinho pra botar na cama e ficar dando beijinho de boa-noite?"

Esta semana eles voltaram! Sim, meus óculos também, mas no dia seguinte chegou da livraria esse meu livro que emprestei pra alguém e não voltou mais. É tão bom, que fingiram esquecimento. Tudo bem. Fácil de resolver. Acho que a Anna Claudia Ramos ganhou mais um fã. Mas Anna, quero seu autógrafo de novo, tá? ;)

Sempre fui sensível, de chorar por qualquer coisa. Uma cena, um quadro, um cheiro, uma música. Mas depois que o Gui nasceu, eu virei uma maria-chorona quando o assunto é maternidade. As alegrias e os apertos.
"No meio do caminho tem uma porta", da Anna Claudia Ramos, Edições Besouro Box, é um juvenil fantástico. Durante a leitura eu ri, chorei, ri e chorei ao mesmo tempo... Resultado: amei o livro e, toda vez que alguém me pede uma indicação de juvenil, esse está no topo da lista.
Morro de medo da adolescência (do meu filho, claro, mas ainda falta um bocadinho). A criança que não é mais criança e quer provar isso aos pais e ao mundo. "No meio do caminho tem uma porta" é composto de seis contos que ilustram bem essa fase de explosões. Um livro divertidíssimo e tocante. Recomendo para adolescentes e pais que passam, passaram ou ainda passarão, com seus filhos, por essa fase que mais parece um teste de paciência e persistência na vida.

"No dia seguinte, encontrei a porta fechada e a famosa frase: 'Tô ocupado, mãe!' Mas não liguei, não. Dei meu boa-noite e fui dormir. Por enquanto, no meio do caminho tem uma porta. Mas as portas abrem e fecham. Não é pra isso que elas servem? Pra abrir e fechar?"

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