quarta-feira, 20 de setembro de 2023
Nossos avós, nós
Precisamos com urgência de uma mudança na representação social da pessoa idosa e a literatura infantil contribui muito para isso, apresentando nosso orgulho e respeito pelos mais velhos, mostrando-os como nossos pagés, nossos oráculos, sua imensa importância na sociedade e, ainda, abordando com lirismo as doenças ligadas ao envelhecimento e as formas de lidar com elas. Já li vários espetaculares. Um deles é o livro-imagem "Minha vó sem meu vô" (Miguilim), de Mariângela Haddad.
Trata da história de um casal de velhinhos que tem uma maneira toda especial de lidar com o esquecimento e as perdas. O avô começa a agir de um jeito esquisito e a avó faz bilhetinhos para lembrá-lo da função de cada objeto. Tudo sob a ótica de uma criança. É de chorar de tão lindo.
Minha avó era força que unia minha família, que se dispersou após seu falecimento. As aulas (em classe ou contidas nos livros) do mestre Affonso Romano Sant'Anna foram memoráveis e super enriquecedoras para mim. Todas. Meu respeito e admiração por ele só cresceram depois daquela última que citei. Espero que esteja bem. Quanto a meu pai, músico com vasto repertório, com quem eu aprendi boa parte do que eu sei sobre música, estamos fazendo de tudo para não deixar o estranho ocupar seu corpo.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
Travatrovas
"O pedreiro Pedro Alfredo,
o Pedro Alfredo Pereira,
tramou tretas intrigantes,
transou truques, pregou petas,
pois Pedro Alfredo Pereira
é um tremendo tratante!"
Nosso "momento leitura" tem rareado... Por enquanto, as telas estão vencendo essa parada. Guigui tem tido preguiça de ler. Estou insistindo menos, não acho que obrigar é o melhor caminho. Leio perto dele e o chamo para a leitura antes de dormir, se ainda não estou caindo de sono. Aí ele lê também, revezando comigo.
Ontem foi a vez de "Travatrovas" (Nova Fronteira), de Ciça e ilustras do Ziraldo. A leitura começou meio "travada", mas depois virou uma grande diversão. Demos muitas risadas juntos com os trava-línguas e me enchi de esperança. As telas podem ser irresistíveis, mas ele há de perceber que momentos como o de ontem, só um bom livro pode proporcionar.
domingo, 18 de dezembro de 2022
A moça tecelã
Com a proximidade do Natal, preciso deixar essa dica. Não se trata de novidade, mas de uma obra essencial. "A moça tecelã" (Global), de Marina Colasanti, com bordados deslumbrantes das irmãs Dumont sobre desenhos de Demóstenes Vargas, é um livro que dou de presente com frequência. Segue uma breve análise do conto para justificar meu encantamento.
Os dois primeiros parágrafos trazem a rotina tranquila e autossuficiente da moça, que tece não só seus dias e noites como tudo o que precisa para viver bem. É o estado inicial da história, de estabilidade e equilíbrio. “Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. Nada lhe faltava.”
No terceiro parágrafo também ela mesma produz a força transformadora da história: a solidão e a necessidade da companhia de um marido. Daí o equilíbrio do estado inicial termina. “Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado. Não esperou o dia seguinte.”
Nos parágrafos seguintes, vem a dinâmica da ação. A moça tece o marido que desejou, que entra sem pedir licença em sua vida e a faz feliz por algum tempo. Ela pensa em ter filhos, mas, assim que ele percebe o poder do tear, seu amor pela tecelã se transforma em ambição. Exige luxos mil e passa de companheiro a carrasco em poucas linhas. “A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira. Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre. — É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!”
No penúltimo parágrafo, ela mesma, de novo, produz a força equilibrante da história: a tristeza e a vontade de estar sozinha novamente. “Tecer era tudo que fazia. Tecer era tudo que queria fazer. E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. Só esperou anoitecer.” O último parágrafo traz o estado final da história, a moça desfaz tudo o que teceu para ter companhia, inclusive o marido, que quando se dá conta, desaparece da cena, restaurando o equilíbrio perdido do início. “Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.”
Marina Colasanti, nesse conto, faz um discurso extremamente feminista – sem qualquer indício de panfletagem – através de uma narrativa linda, plena de metáforas. Nela, a força de vontade da mulher está representada pelo tear. O marido, muitas vezes uma imposição da sociedade para as mulheres, outras vezes uma necessidade real e sem volta, nessa história mostra-se coadjuvante facilmente descartável quando incomoda a paz da companheira.
Assim, analisando criticamente a narrativa, pelo discurso embutido para a livre interpretação do leitor, fica claríssima a intenção de mostrar que uma mulher pode ser a dona de sua própria história. Em “A moça tecelã” a protagonista produz não só seu sustento, suas vontades, seus bens, seus males e sua vida inteira, como também os cenários onde ela quer estar. Ela dá o tom, planeja, executa. Ela escreve o roteiro.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
Memórias
As histórias lidas e ouvidas na infância me fizeram ser amante da música e sonhar em ser ilustradora. Toco piano, mas a timidez não me permite fazer o que meu pai faz. Para contadora de histórias, infelizmente não sirvo. Meu objetivo, quando menina, era um dia trabalhar com o Mauricio de Sousa ou nos Estúdios Disney. Cheguei perto! Escolhi estudar Design na ESDI e meu primeiro estágio profissional foi no estúdio de cinema de animação Animagem, com o grande Rui de Oliveira! Uma experiência incrível que guardo no coração.
Na adolescência apareceu a Coleção Vagalume. As tramas me pegavam de um jeito que eu não esperava. Foi quando a narrativa passou a ter mais força que a parte visual dos livros para mim.
terça-feira, 8 de novembro de 2022
Uma resenha de peso!
domingo, 6 de novembro de 2022
Cartas sem resposta
Como se já não bastasse a alegria de ter lançado recentemente meu novo infantil, aconteceu ontem o lançamento de "Cartas sem resposta", organizado pela Ninfa Parreiras. Nele tem carta para Cecília Meireles, Augusto dos Anjos, Drummond, Cora Coralina, Suassuna, Bartolomeu Campos de Queirós, Esopo, Fernando Pessoa, Rilke, Sylvia Orthof, entre outros grandes. Estou no time dos remetentes, ao lado de escritores que moram no meu coração. A minha carta, é para Guilherme de Almeida.
"(...)Ciente da minha paixão por teus versos, meu amor de carne e osso não só aprovou, como me presenteou com uma bela edição de teus melhores poemas ('melhores' segundo o organizador, claro, uma vez que o meu predileto não consta na seleção - mas disso meu bem não precisa saber). Ele talvez jogue xadrez... e possua a perspicácia de quem conhece seus adversários. Tu sempre foste aliado. És, em verdade, a lua dos namorados!
(...)"
"Cartas sem resposta" é resultado de um trabalho feito em conjunto com paciência e muito amor. Demorou anos para sair, mas saiu num capricho só!
segunda-feira, 24 de outubro de 2022
Doce surpresa
R$ 45,00 com frete grátis para o Rio de Janeiro
Para adquirir o livro, basta mandar uma menagem para mim pelo lmperalva@gmail.com. Se você não estiver no Rio de Janeiro, a gente combina! ;)
"O que acontece quando as pessoas divergem e não conseguem decidir sobre algo? Com essa questão em mente, a turma de uma escola se vê diante do impasse e acaba encontrando a oportunidade de descobrir os sentidos de uma palavra muito importante: democracia. O texto de Luciana Peralva é o quitute literário que convida o leitor a pensar sobre os temas mais fundamentais de uma nação. Os personagens crianças têm a chance de fazer o que muito adulto ainda não entendeu ser possível. Num país com tanta dificuldade de lidar com o passado (e o presente) autoritário, Doce Surpresa tem gosto de esperança. É para saborear com o coração pronto para a renovação."
domingo, 16 de outubro de 2022
Lançamento de "Doce surpresa"
Foi uma tarde linda. Um lançamento cheio de pessoas queridas, representantes mais que especiais de todas as minhas tchurmas: família, infância, CEFET, ESDI, Ancine, Arquivo Nacional, escola do Gui, literatura... 🥰 Só tenho a agradecer. Não caibo em mim de tanta alegria. Obrigada, Pequeno Benjamim Livraria / Livraria Lima Barreto, por tornar isso possível. ❤️🍓🍫🎉
Ah! Pra quem quiser ver o lançamento quase na íntegra, o vídeo está no perfil da livraria Pequeno Benjamim e no meu Leituras Peraltas, no Instagram.😘
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
O dia mais frio do ano
sexta-feira, 30 de setembro de 2022
A ponte
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz
al otro lado del río
El día le irá pudiendo
poco a poco al frío
Creo que he visto una luz
al otro lado del río
Trecho da música Al outro lado del rio, de Jorge Drexler
segunda-feira, 26 de setembro de 2022
Bruxas e chocolate
“Ao longe, o relógio de uma igreja começou a bater dez horas.
Devagar, rangendo as dobradiças enferrujadas, os grandes portões de ferro da fábrica começaram a se abrir.
A multidão silenciou de repente. As crianças pararam de correr de um lado para o outro. Todos os olhos se fixaram nos portões.
- La está ele! – alguém gritou. – É ele!
E era ele mesmo”
Então perguntei ao Gui:
- Ele quem, filho?
- Willy Wonka!!
Com o passar dos anos, vou tentando fazer leituras mais longas com meu pequeno. Aos oito anos, ele acompanha bem histórias maiores, lidas aos poucos. Dois ou três capítulos por noite.
Gosto muito desses dois livros do Roald Dahl, ilustrados pelo Quentin Blake: “A fantástica fábrica de chocolate” e “As bruxas”. Meus exemplares são edições antigas da Martins Fontes.
Tentei começar pelo segundo, mas não deu muito certo. Apesar de ser engraçado e intrigante, como o texto demora a engrenar, o Gui perdia o foco, dormia com facilidade (olha a dica!) e não conseguimos chegar juntos à parte mais dinâmica da história. Achei que, pelo fato de ser sobre bruxas e “saber reconhecê-las por aí”, seria um sucesso com o Gui, mas não rolou.
Acontece que o outro livro, “A fantástica fábrica de chocolate”, está sendo uma delícia de ler com ele. E não é porque a história engrena mais rápido. Demora também. O trunfo, nesse caso, é o filme. O Gui já deve ter visto umas cinco vezes e adora. Então ele acompanha, percebe as diferenças entre o livro e o filme, fica curioso, pede para ler mais do que o combinado para aquela noite...
Aí é que está: você sabia que existe um filme baseado no livro “As bruxas”? Eu soube recentemente. É de 2020. Chama-se “As bruxas de Roald Dahl”. Assisti ao trailer e aposto que o Gui vai gostar. Depois de ver esse filme, garanto que a leitura do livro será bem diferente. Terei que arranjar outro para ter “efeito sonífero”.
sexta-feira, 24 de junho de 2022
O menino Sabino
quinta-feira, 23 de junho de 2022
Onde tem bruxa tem fada...
"Eles diziam onde as pessoas deveriam guardar seu dinheiro. Então o dinheiro crescia, crescia, crescia e ficava tão forte e valioso que os homens podiam comprar tudo: casa, carro, viagem, roupa, voto, poder, glória 'sem entrada e sem mais nada'.
A fada do céu sentiu que não tinha tamanhos poderes. Seus encantamentos só eram coisas de alegrar coração...
(...)
Os mágicos - prometendo o céu na Terra - davam tantas tarefas aos homens que eles não tinham tempo para saber que faltava tempo para a alegria nascer."
"Onde tem bruxa tem fada..." (Moderna), com ilustrações da Suppa, foi meu primeiro livro do Bartolomeu Campos Queirós. Não por acaso.
Os textos desse autor, cuja fala era hipnotizante (tive o prazer de ir a uma palestra dele num dos salões da FNLIJ), são todos repletos de poesia e brincadeiras com as palavras. Confesso que ele não é dos meus preferidos, mas reconheço sua grande importância na LIJ brasileira.
No entanto, esse livro em especial me afeta bastante por conta do tema. E, pelo visto, Gui também curte. Ontem pediu para ser o livro da nossa hora da leitura pela terceira vez em uma semana.
A história traz um retrato bem triste da nossa sociedade consumista. Fala dos "mágicos" que nos prometem mundos e fundos e da esperança venenosa e viciante cultivada por eles. Quem só espera nunca alcança e esquece de sonhar, imaginar... A ponto de não saber o que pedir quando uma fada aparece.
"- Peçam viagens ao centro das sementes para ver a árvore antes de nascer. Peçam ruas cobertas de música para o caminho ser canção. Ou, quem sabe, livros com folhas brancas para os olhos inventarem as histórias!"- sugeria a fada. Mesmo assim, as crianças desconfiam. "- Quanto custa, quanto?"
De amargar... porque é real. Talvez o Gui ainda não alcance a mensagem desse livro. Talvez ainda acredite em fadas e se deixe encantar se algum dia uma aparecer na sua frente. É o que eu desejo.
domingo, 5 de junho de 2022
O gato e o diabo
- Dinheiro nenhum - respondeu o Diabo. - Faço tudo de graça. Só quero uma coisa: o primeiro que atravessar a ponte vai me pertencer.
- Combinado - disse o Prefeito."
Ontem na hora da leitura teve "performance" do Gui. Quando me mostrou o livro que tinha escolhido, tive um ataque de riso! Esse é um dos nossos clássicos mais queridos: "O gato e o diabo" (saudosa Cosac Naify), do James Joyce, traduzido pela Lygia Bojunga, com as fantásticas aquarelas do Lelis.
A malícia de um chefe do Executivo pode surpreender até mesmo o cão-tinhoso em pessoa! Um lindo livro de capa dura, bizarro, divertido e... instrutivo!
Infelizmente a Cosac Naify não existe mais, mas na Estante Virtual você certamente acha alguns exemplares desta belíssima edição.
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Eva Furnari
Eu disse à Isabel que "devo ter uns 20". Então, Zabel, tenho 21! Porque o Felpo Filva foi adotado pela escola este ano. Pretendo ter todos. Gui ADORA os livros dela! (Maroca também)
1) Cacoete
2) Sorumbática
3) Marilu
4) Rumboldo
5) Pandolfo Bereba
6) Trudi e Kiki
7) Drufs
8)Os problemas da família Gorgonzola
9) Lolo Barnabé
10) Tartufo
11) Dalfonsinho
12) Cocô de passarinho
13) Não confunda
14) Assim assado
15) Travadinhas
16) Nós
17) A bruxa Zelda e os 80 docinhos
18) O feitiço do sapo
19) Bruxinha Zuzu
20) Zig-zag
O Felpo Filva, se estivesse aqui, ficaria em oitavo.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
Quando a Morte faz papel de boba
"Certa noite, bateram na porta de sua casa. Era a Morte vestida com uma capa preta.- Zé, pode se preparar. Sua hora chegou - disse ela segurando uma foice.
- Mas como! - exclamou ele espantado. - Já? Deve haver algum engano! Ainda me sinto tão bem!
A Morte não era de muita conversa.
- Se está pronto, vamos.
Zé Malandro baixou a cabeça.
- Posso fazer um último pedido?"
Olha, preciso dizer... que livro supimpa! "Contos de enganar a morte" (Ática), de Ricardo Azevedo, envolve a gente e rende boas gargalhadas. São quatro contos sensacionais nos quais a Morte é descaradamente enrolada por personagens bem malandros e destemidos, que não estão nada a fim de ir com ela para o outro mundo.
As ilustrações, do próprio autor, são poucas, mas suficientes. Lembram xilogravuras e combinam demais com o clima das histórias.
Gui e eu adoramos! Lemos um conto atrás do outro, sem parar e, como o próprio livro diz, "o tempo, quando vai se ver, já passou"!
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Últimos meses do ano: reflexão e entretenimento
segunda-feira, 18 de outubro de 2021
Livros de outubro
terça-feira, 28 de setembro de 2021
Leituras Peraltas: Brincando de fazer arte
Bom dia, pessoal! Acabo de publicar o décimo e último vídeo da minha série no canal leituras peraltas. Nele, eu apresento um livro escrito e ilustrado pela Isabel de Paiva, a irmã que a ESDI me deu, que estimula a criançada a meter a mão na massa e fazer arte.
E por falar em arte, o livro inspirou uma peraltice inusitada: um vídeo extra, estrelado pelo Gui. Ele disse que quer ser youtuber para ensinar a criar com as mãos. 😊 Não percam!
quinta-feira, 16 de setembro de 2021
Agosto e setembro em série
Eis os livros novos do Gui de agosto e setembro!
Nosso novo combinado é o seguinte: ele escolhe um e eu, o outro, com seu consentimento. Funcionou bem nesses dois meses. Ele está numa onda muito diferente da minha: terror, heróis lutadores... Assim, ambos ficamos satisfeitos.
Os livros que ele quis trazer pra casa foram:
Agosto - "Rowley apresenta: Histórias supimpas de terror" (VR Editora), de Jeff Kinney (o autor de "Diário de um banana");
Setembro - "Superbebê Fraldinha 2: A invasão dos ladrões de privada" (Companhia das Letrinhas), de Dav Pilkey (o autor das coleções do Capitão Cueca e do Homem-cão).
Dois shows de megaultra besteirol. Ótimos para estimular a leitura dos pequenos.
De minha parte, dei uma incrementada em nossa coleção da incrível Eva Furnari (bom assunto para outro post):
Agosto - "A bruxa Zelda e os 80 docinhos" (Moderna);
Setembro - "Tartufo" (Moderna).
Lemos todos eles parceladamente, pois têm textos longos para o Gui e o sono chega antes do ponto final. Diversão garantida para noites em série.
domingo, 18 de julho de 2021
Clube Mamãe de julho
sexta-feira, 4 de junho de 2021
Clube Mamãe de junho
"Infinitos" (Melhoramentos), de Leo Cunha e Alexandre Rampazo, e "O pai da mamãe" (Editora Caixote), de Cristiana Gomes e Odilon Moraes. Gente... quanta delicadeza... Pra quem se emociona com histórias sobre avós, são um prato cheio.
Eu só tive a oportunidade de conhecer minha avó materna. Com ela aprendi muito sobre a vida e sobre mim mesma. Gui, por pouco, não conheceu a bisa. Estava na minha barriga quando ela se foi. Mas ele tem uma vovó e dois vovôs pra brincar, bater papo, construir memórias. Menino de sorte!
A leitura desses livros com meu pequeno promete. Os assuntos são muitos e são um só. Falam de marcas. As do tempo, cabelos brancos, nossas lembranças, tatuagens que não nos deixam esquecer.
Espero que ele goste!
quinta-feira, 3 de junho de 2021
Dobradinha: Ana Maria Machado e Ruth Rocha
"Dia de chuva" e "Atrás da porta", ambos publicados pela Salamandra, têm crianças como protagonistas, muito criativas, curiosas, inquietas, que se deixam levar pela imaginação, divertindo-se a valer dentro de casa num dia de chuva ou durante a madrugada, à luz de velas, numa sala secreta cheia de livros maravilhosos, que ficava bem ali, atrás da porta.
Não foi a primeira vez que lemos esses livros, mas a experiência é diferente a cada leitura.
Que delícia ver o Gui rindo das "viagens" das personagens mesmo presas em casa (me segurei pra não dizer "não vá tentar fazer igual, hein... é perigoso! E embaixo do sofá tem poeira. Olha a alergia!" Ah, cabeça de mãe...)
O mistério da biblioteca atrás da porta no quarto da avó do menino também fez o Gui vibrar, sobretudo quando percebeu que já conhecia a história de um dos livros que lá estavam. "Esse eu conheço! Eu já li!" Aí eu choro de emoção...
Depois que meu menino dormiu, tratei de pensar nos próximos livros do "Clube Mamãe". Os deste mês já devem estar chegando.❤️
terça-feira, 11 de maio de 2021
Clube Mamãe de maio
segunda-feira, 3 de maio de 2021
Leituras Peraltas: Pinguinhos de memórias
"Tantas coisas podemos colecionar... Crianças adoram coleções. De brinquedos, canetinhas, figurinhas, cartas tipo RPG... Mas será que só dá pra colecionar o que podemos segurar? Apenas coisas sólidas, concretas?"
sexta-feira, 16 de abril de 2021
Overdose de Orígenes Lessa
terça-feira, 13 de abril de 2021
Um livro leva a outro
domingo, 11 de abril de 2021
Livros de março
terça-feira, 6 de abril de 2021
Leituras Peraltas: Brinquedos que vão e ficam
quinta-feira, 11 de março de 2021
Clubinho personalizado
Em fevereiro, na dupla que chegou de surpresa no quarto do meu pequeno, só deu Alexandre Rampazo.
Fazia algum tempo que eu flertava com os livros dele. Foi difícil escolher apenas dois pra começar. Mas valeu muito a pena. Livros lindos, caprichadíssimos! O traço desse autor ilustrador, que é delicado e cheio de personalidade, acompanha textos que despertaram a curiosidade do Gui e o mantiveram atento até o fim.
A dupla deste mês já está a caminho. Em breve mostro pra vocês!
segunda-feira, 1 de março de 2021
Leituras Peraltas: O rei que caiu na real
No vídeo falo um pouco sobre o que chamam de "síndrome do imperador" nas crianças e, em paralelo, mostro uma peraltice baseada no livro "A cutia que virou princesa" (Rovelle), escrito pela Lia Neiva e ilustrado pelo William Côgo. Espero que gostem!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
Leituras Peraltas: Meu grande amigo imaginário
Amigos imaginários podem aparecer de várias maneiras. Agora na quarentena, então, a situação está para eles.
O último vídeo do ano do canal Leituras Peraltas já está no ar e o tema é esse aí: amigos imaginários. Marilia Pirillo e André Neves são os autores dos livros que inspiraram a peraltice dessa vez.segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Leituras Peraltas: O sonho é vencer os medos
Dormir é tão gostoso... Por que será que as crianças lutam tanto contra o sono?
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Leituras Peraltas: Festejando com as lendas
Olá, pessoal! Hoje tem novo vídeo no canal Leituras Peraltas. É o segundo sobre folclore. Falo de um livro que Gui adora (escrito pelo trio Andrea Viviana Taubman, Marcelo Pellegrino e Thiago Taubman Costa), que foi a cereja do bolo de seis anos dele. Isso mesmo! Acessem: https://youtu.be/a_m21hdrhyI. Espero vocês lá!
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
Marcelo, Marmelo, Martelo
Noutro dia Gui e eu lemos o “Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias” (Ed. Salamandra), da Ruth Rocha, ilustrado pelo Adalberto Cornavaca. Ele estranhou um pouco. “Mamãe, o desenho não era esse!”
A impressão dele foi a minha quando lemos a edição nova, que também temos, há algum tempo. Mesma editora, mas ilustrado pela Mariana Massarani. A ilustração não era aquela.Acontece que esse livro me tocou demais quando eu tinha a idade do Gui. Meu irmão e eu éramos fãs do Marcelo, da Gabriela e do Caloca, protagonistas dos três contos do livro, com ilustrações só em laranja e preto. E quando isso acontece, é como ouvir uma versão de uma música que você ama. Não dá pra adaptar. Você quer o mais próximo possível da versão original. É lembrança com alta carga afetiva. Não há concorrência possível.
Mariana Massarani, sabiamente, fez ilustras totalmente diferentes na nova edição. Para novos leitores, ilustras que nada lembram o que era a edição anterior. Caso contrário, seria apenas o arremedo de algo insubstituível, que mexe com o imaginário de milhares de pessoas hoje. Ponto pra ela!
“Marcelo, Marmelo, Martelo e outras histórias” era dos meus preferidos quando criança, acredito que do meu irmão caçula também. No início da faculdade de design, ousei fazer como projeto a programação visual de uma agenda, baseada nas ilustras desse livro. Está no meu portfólio.
A grandeza de um artista reside também na noção de seus limites. Eu (na maior parte das vezes) posso comprar a edição antiga de um livro na Estante Virtual e me emocionar lendo o volume, enquanto aprecio as ilustras, mas meu irmão caçula não está mais entre nós pra emitir suas opiniões, gargalhar com a história. Ele está nos meus pensamentos. E quando me deparo com algo que não era só meu, mas nosso, eu choro. Volto a ser criança, sem ele. E nada, ou qualquer nova edição, é capaz de reproduzir essa emoção.
Que a arte se propague e que os afetos se perpetuem!